Fantoche
Nas mãos de Deus embala meu destino
Nas mãos da vida enrola e tece
Faz de mim apedeuta em desatino
Numa dor que ilumina e escurece
Todo o EU num carme não relido
As palavras ao vento esboroadas
Fazendo de mim algo tão esquecido
Como espectros em noites de trovoadas
Em apogeu longe e distante
Todos aqueles seres que eu não sou
Fora do caminho deserto e errante
Dando os passos que eu nunca dou
Brincando como se fosse diversão
Com minha alma a minha vida
Num rumor de silêncio em vão
Não mais grito para ser ouvida